Imunoterapia e Terapias-alvos

Muitos anos de pesquisa e dedicação fizeram com que a comunidade cientifica começasse a entender melhor o comportamento biológico dos tumores, demonstrando que mesmo tumores no mesmo órgão em pessoas diferentes apresentam características diferentes.

Este melhor entendimento da biologia tumoral inaugurou uma era chamada de Oncologia de precisão, onde o diagnóstico do tumor também passa por um entendimento das alterações genéticas e o desenvolvimento de drogas que atuam diretamente nessas mutações especificas. Neste contexto, as terapias-alvo e a imunoterapia são consideradas os maiores avanços da Oncologia nas últimas duas ou três décadas.

O que é imunoterapia para câncer?

Imunoterapia refere-se a tratamentos que usam o sistema imunológico do corpo para combater o tumor maligno. O sistema imunológico, células especializadas responsáveis pela defesa do nosso corpo contra microrganismos como vírus e bactérias, podem inicialmente reconhecer células cancerígenas, porém a ação imune é suprimida pois o câncer apresenta uma série de mecanismos de fuga para frear esse ataque inicial das nossas células de defesa, conhecidas como linfócitos T. O uso da imunoterapia faz com que o sistema imune consiga ultrapassar esse sistema de fuga tumoral e permite que as células de defesa do nosso organismo reconheçam e combatam o tumor.

As novas imunoterapias envolvem drogas que bloqueiam os freios desenvolvidos pelo tumor. Ou seja, essas novas medicações bloqueiam o bloqueio tumoral e com isso o sistema imune guiado pelos linfócitos T reconhece células tumorais e começa a combatê-las. Estes pontos de bloqueio incluem moléculas como CTLA-4, PD-1 e PD-L1.

Estes fármacos foram inicialmente testados em tumores de pele melanoma avançados e os pesquisadores ficaram surpresos com algumas das respostas dramáticas, com a sobrevida de alguns pacientes estendida em até 10 anos. Esses resultados encorajadores levaram a testes clínicos em outros tipos de câncer e posterior incorporação no tratamento em tumores de pulmão, bexiga, cabeça e pescoço, rim e câncer de fígado.

Em um futuro próximo, a imunoterapia se tornará uma espinha dorsal da terapia antineoplásica tão importante quanto a quimioterapia e, em algumas doenças malignas, podem um dia substituí-la.

O mais importante ainda é discutir com o médico oncologista se a imunoterapia tem indicação para o tumor em questão e se a droga já foi aprovada pela ANVISA.

O que é terapia-alvo para câncer?

As quimioterapias tradicionais funcionam matando células que crescem e se dividem rapidamente, como as células cancerígenas, mas também células saudáveis que apresentam uma alta taxa de multiplicação. Já as terapias-alvos, ao contrário, alvejam as alterações genéticas específicas e as proteínas dentro das células cancerígenas que impulsionam seu crescimento caótico.

As drogas direcionadas são geralmente feitas de moléculas muito pequenas que podem bloquear as proteínas envolvidas no crescimento e na sobrevivência das células cancerígenas. Essas proteínas podem surgir de genes mutantes, de genes que foram duplicados muitas vezes ou de genes que acabaram na posição errada dentro de um cromossomo.

Exemplos de terapias direcionadas para o câncer incluem:

  • Antiestrogênicos, muitas vezes considerado os primeiros tratamentos direcionados, que são utilizados para tratar pacientes com câncer de mama que expressa receptores de estrogênio ou progesterona.
  • Inibidor de tirosina-quinaseque, tem como alvo um proteina de "fusão" chamado BCR-ABL e é usado para tratar alguns pacientes com leucemia mielóide crônica ou tumores estromais gastrointestinais dirigidos pelas proteínas KIT ou PDGFRA.
  • Inibidores anti-EGFR, que são usados ​​em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas que carregam um gene EGFR mutado, levando a uma proteína EGFR anormal.

Como as terapias direcionadas interferem em engrenagens específicas no maquinário das células cancerígenas, essas drogas podem ter menos efeitos colaterais do que os agentes quimioterápicos convencionais, que além de matar as células cancerosas matam também células normais de crescimento rápido, o que pode causar problemas como perda de cabelo e problemas digestivos.

Uma deficiência que os agentes alvo de drogas e quimioterapia geralmente têm em comum é a resistência aos medicamentos. Como o genoma, ou conjunto de DNA, dentro das células cancerosas é tão instável, elas podem dar origem a células filhas que são resistentes a estas drogas.

Marque sua consulta

Hosp. Alemão Oswaldo Cruz
(11) 3549-0665

+55 11 3549-0537

Dr. Pedro Exman - Oncologista
2019 © Todos os direitos reservados

Responsável técnico:
Dr. Pedro Exman CRM-SP 138.496